Adiado
Jorge Santos
Entre montanhas de Esperanças vai correndo, pachorrento, o Rio da Felicidade. O Mar das Concretizações, lá longe, espera-o com ansiedade disfarçada. De pé, nas margens próximas da foz, as pessoas lançam-lhe os Sonhos, como quem atira a linha à espera que o peixe pique.
No céu, nuvens ameaçadoras pintam a alegria em tons de cinza; e as gaivotas rumam a terra em voos rasantes aos campanários, buscando outras cores.
E as pessoas recolhem o Sonhos, que permanecem adiados, à espera de melhores dias. Tons garridos virão, com certeza. As pessoas acreditam sempre.