18 Mai, 2022
Inventar
Jorge Santos
Há quem invente passados. Grandiosos, eloquentes, heróicos e exímios na arte da suprema felicidade. Todavia, há quem viva preso a um passado desesperante, incapaz de criar cenários, enfeitados de cores garridas. Eu limito-me a inventar o futuro. Com papel, lápis, borracha, régua e esquadro; vou riscando e apagando, riscando novamente.E apagando. Quando estiver cansado, farto, saturado de riscar e apagar, algo ficará estampado na folha. Um futuro inventado, pois claro. (...)